31 Out A importância da correção dos solos
Em solos muito ácidos é frequente as plantas apresentarem sintomas de toxicidade ou de carência em elementos nutritivos.
Nestes solos existe um elevado risco das culturas absorverem em excesso os metais pesados incorporados através de adubos ou de corretivos orgânicos, originando problemas de toxicidade.
A correção do excesso de acidez da terra é efetuada através da calagem, ou seja, da aplicação de um corretivo que permita a subida dos valores do pH do solo.
O calcário é o corretivo de acidez mais usado. Na sua aplicação deve-se ter em conta os seguintes aspetos:
• A quantidade e tipo de calcário a aplicar depende dos resultados das análises de terra e faz parte da recomendação de fertilização indicada pelo laboratório;
• Se a quantidade de calcário recomendada for superior a 7 toneladas por hectar, a sua aplicação deve ser fracionada ao longo de dois ou três anos, nunca excedendo em cada um aquele valor. Mande analisar a terra antes de cada aplicação;
• A calagem deve ser realizada de preferência no Outono, antecedendo a cultura da rotação mais sensível à acidez do terreno;
O calcário deve ser uniformemente espalhado por toda a área a corrigir e bem misturado com a terra, através de mobilização adequada;
• Pomares, olivais e vinhas: fazer a distribuição antes da instalação da cultura (metade da quantidade é incorporada com a mobilização profunda e a restante com a regularização do terreno);
• Os adubos amoniacais e os superfosfatos, bem como os estrumes, não devem ser misturados com o calcário;
• Os estrumes devem ser espalhados no terreno após a aplicação do calcário, os chorumes devem ser aplicados em primeiro lugar;
• O efeito da calagem prolonga-se, geralmente, por três ou quatro anos, ao fim dos quais deve ser pedida nova análise de terra que indicará a necessidade, ou não, de efetuar nova correção da acidez;
• Se aplicar outro tipo de corretivo de acidez, por exemplo, cal viva ou cal apagada, tenha em atenção que são muito mais ativos, devendo, por isso, adaptar as doses a utilizar.
in: Conservação do solo e da água, Manual básico de práticas agrícolas – Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas